Analogias com (ou sem) Fundamento: “As PME são a espinha dorsal da economia”

Publicado em 7 de junho de 2025 às 11:31

“As PME são a espinha dorsal da economia” — será mesmo?

 

Há frases que ouvimos tantas vezes que deixamos de pensar nelas.
Algumas até nos soam certas — como esta:

“As PME são a espinha dorsal da economia.” — Citada na Comissão Europeia

Mas será que esta imagem faz mesmo sentido?

 

🔍 Faz ou não sentido?

À primeira vista, parece uma frase sólida. É fácil de memorizar, soa bem, transmite proximidade com o cidadão comum.

Mas… será que sobrevive a um minuto de lógica crítica?

🦴 A espinha dorsal representa 99% do corpo humano? Não.

A espinha dorsal é uma parte pequena, mas essencial para manter o corpo de pé.

Ora, segundo a própria Comissão Europeia:

  • 99% das empresas na UE são PME;

  • E geram cerca de 2/3 dos empregos privados.

Ou seja:

Se a metáfora fosse biologicamente coerente, as PME seriam o corpo inteiro, com tudo incluído — músculos, órgãos, pele e sistema nervoso.

Chamar-lhes "espinha dorsal" é simpático, mas profundamente desajustado à realidade factual.

🧠 Onde a analogia tropeça

1. Confunde quantidade com estrutura.
Ter muitas PME não significa que sejam a “coluna vertebral” da economia.
Muitas vivem no limite, sem escala, e dependem de grandes empresas para sobreviver.

2. Ignora a interdependência.
A espinha dorsal não vive sem o resto do corpo.
As PME não vivem sem grandes empresas — e vice-versa.

3. Reduz um ecossistema complexo a uma imagem poética.
A economia não é um corpo com uma espinha: é um organismo com vários sistemas interligados.
Tira-se um, e o conjunto adoece.

✅ Como poderíamos dizer melhor?

As PME são vitais para a coesão social, o emprego local e a inovação de base.
As grandes empresas são indispensáveis para a escala, produtividade e investimento estrutural.

👉 Juntas, não formam apenas a espinha — formam o corpo inteiro.

💬 E tu, o que achas?

Já ouviste frases parecidas?
Concordas com a metáfora da espinha dorsal… ou achas que estamos a forçar a coluna? 😄

Partilha a tua opinião nos comentários — ou sugere a próxima analogia que devemos analisar por aqui.
Esta rubrica veio para ficar.

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